UMA HISTÓRIA DE AMOR COM O JORNALISMO
Carta de Despedida – Um Novo Começo
Por Rosimere Ferreira
Hoje encerro um ciclo.
Não qualquer ciclo. Mas uma jornada de mais de 40 anos de trabalho, entrega e paixão.
Jamais contei os dias para a aposentadoria. Eu simplesmente vivi — com intensidade, com propósito. Fiz o melhor, dei o meu melhor. E agora, ela chegou. Com ela, um misto de gratidão, angústia leve e esperança por tudo que ainda está por vir.
Foram mais de três décadas dedicadas ao serviço público, sendo grande parte aqui, na Prefeitura de Porciúncula. Aqui cresci como jornalista, como cidadã, como ser humano. Não apenas cumpri funções: abracei missões. Nunca me limitei ao estereótipo do servidor. Fui à luta — sozinha, em equipe, com cadernos, canetas, câmeras, gravações e, acima de tudo, com o coração.
Testemunhei enchentes e carnavais, festas e tragédias. Cobri, vivi, senti. Transformei fatos em textos, imagens em memória. Fui a voz de muitos e também o ouvido atento das ruas. Servi à verdade com o respeito que ela merece. E mesmo sendo uma jornalista institucional, nunca deixei de ecoar os anseios da população, cobrando, propondo, cuidando.
Trabalhei em diversas gestões. Em todas, busquei aprender, entender e contribuir. Aprendi muito — sobre política, sobre relações humanas, sobre escutar o que não se diz. Cresci como pessoa, amadureci como profissional.
Agora, com serenidade, deixo este espaço para as novas gerações, que chegam com novas ferramentas e olhares frescos. Saio em paz, com a alma leve e a sensação de missão cumprida.
Sou imensamente grata.
A quem caminhou ao meu lado.
A quem me enxergou.
A quem confiou em mim
A quem permitiu que eu fizesse um bom trabalho.
Às minhas fontes.
A quem me leu.
Às minhas equipes de trabalho.
Aos inúmeros colegas e meios de comunicação que reproduziram o material enviado.
À população de Porciúncula pelo respeito ao meu trabalho.
Aos amigos e colegas.
E o mais bonito de tudo: encerro esse ciclo com saúde, coragem e a possibilidade de recomeçar. Ainda não sei qual porta vou abrir. Mas sei que há páginas em branco esperando por mim. E nelas, espero escrever novas e boas histórias.
Hoje, celebro a minha trajetória.
Celebro a informação que transforma.
A educação que liberta.
E a vida que me permitiu tanto.
Com gratidão e afeto,
Rosimere Ferreira
2025
NOTA DO EDITOR DO MN
Espécie em extinção, a de jornalista completa, que passou pelo bloquinho de notas à caneta, máquina de escrever, fax, computadores, notebooks, e celular. Que não precisou de IA, nem de control V / control C, capaz de produzir um bom texto em poucos minutos. Atenciosa, criteriosa e ética, das que dão crédito a quem escreveu ou fotografou, Rosi deixa saudades, mas também certeza de que não ficará muito tempo longe das letras, quem sabe um portal, um blog, um livro, ou uma empresa que precise do talento dela , de modo remoto. Enquanto isso, viaja pelas estradas brasileiras, seu estilo preferido de viver.
NinoBellieny
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