BASEADO EM TEXTO ORIGINALMENTE PUBLICADO NO EXTRA
Nutricionista da UNIG Itaperuna explica por que o inverno desperta o apetite e como manter o equilíbrio sem dietas extremas.
Quando a temperatura cai, é comum sentir um desejo quase automático por pratos quentes e ricos em carboidratos. Isso não significa falta de disciplina ou desculpa para abandonar a dieta. O frio realmente provoca mudanças no corpo e no apetite. Pesquisas mostram que a fome aumentada nessa época não é apenas um efeito psicológico. De acordo com a nutricionista Denise Carvalho, coordenadora do curso de Nutrição da UNIG-Universidade Iguaçu Itaperuna Campus V, existe um motivo fisiológico para isso: o organismo trabalha mais para conservar a temperatura interna, acelerando o metabolismo e elevando a sensação de fome.
“Quando estamos expostos a temperaturas mais baixas, o corpo perde calor e passa a produzir mais energia para se aquecer. Isso acelera o metabolismo e pode aumentar em até 10% o gasto calórico, o que naturalmente faz com que a fome apareça com mais frequência”, explica Denise.
O processo também envolve o cérebro. Um estudo do Scripps Research Institute, nos Estados Unidos, publicado na revista Nature em 2023, apontou que o frio ativa um grupo específico de neurônios no tálamo, que funcionam como um “interruptor” para o apetite. Em testes, camundongos buscavam mais comida apenas em ambientes frios, mostrando uma reação direta do cérebro às baixas temperaturas.
Ainda assim, nem toda fome sentida no inverno é real. Denise destaca que muitas vezes se trata de um impulso emocional, uma forma de buscar conforto — o popular “quentinho no estômago”. O sistema nervoso, ao perceber o frio, estimula esse comportamento para garantir energia. Saber diferenciar quando o corpo realmente precisa se alimentar ou quando é apenas um desejo de aconchego é essencial.
Outro efeito da estação é a redução da disposição para se movimentar. A preguiça aumenta, o sofá parece mais convidativo e a atividade física diminui. Porém, manter-se ativo é um aliado contra o excesso de calorias. “O exercício ajuda a aquecer o corpo e reduz a necessidade de o organismo compensar isso com maior ingestão de calorias”, reforça a nutricionista.
Para atravessar o inverno sem exageros, Denise recomenda priorizar alimentos ricos em nutrientes e com baixa densidade calórica, que proporcionam saciedade sem sobrecarregar o corpo. Boas opções incluem sopas com legumes e proteína (frango, lentilha ou ovos), frutas aquecidas com canela, ovos mexidos no café da manhã em substituição a pães refinados e chás com especiarias termogênicas, como gengibre, cacau, pimenta e canela.
Ela também alerta para o risco de descuidar da hidratação. “No frio, sentimos menos sede e isso pode nos levar a confundir sede com fome. Beber água ao longo do dia continua sendo fundamental.”
Denise Carvalho, vai estar no PNB-Podcast NinoBellieny nesta sexta, às 14h, AO VIVO na TV Itaperuna. Ela também tem um quadro diário na Hitz FM, por volta das 17, 17:30 horas

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